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São Paulo, SP, Brazil
Regina Lemos jornalista diplomada pela PUC do RS. Registro MTB nº 4312. Editora deste blog que aborda assuntos de Turismo, Eventos e Negócios. Produz matérias no Brasil e no exterior. Carreira iniciada no Jornal Zero Hora em 1977 onde atuou como repórter e fotógrafa no caderno de Variedades. A seguir, na RBS TV, trabalhou como repórter, com matérias produzidas para os jornais da emissora. Repórter especial do "Fantástico" e do programa "Mais Você", Rede Globo | São Paulo. Trabalhou na Rádio CBN do Rio de Janeiro e São Paulo. Produziu e apresentou um quadro direto da Delegacia da Mulher, no programa do comunicador Paulo Lopes, na Rádio Globo, em São Paulo. Repórter do "Programa de Domingo", na Manchete-Rio, com Paulo Alceu e Carolina Ferraz. E-mail reginadelemos@hotmail.com

31 de julho de 2009

Domingos Floridos- crônica


 Frequentar os cultos ministrados por reverendos da Igreja Episcopal Anglicana,  era programa de todos os domingos pela manhã. Após,  as crianças do bairro Teresópolis, eram convidadas para a escola dominical, onde deveriam  receber ensinamentos sobre o Evangelho. As que residiam nas imediações do Colégio Cruzeiro do Sul costumavam cortavam o caminho para chegar à Igreja, mas a segurança e tranquilidade esbarravam nos gansos que tomavam conta daquele local.

 O olhar voltado  para todos os lados tinha de estar atento. pois em determinada hora, poderia ser necessário  fugir  de um possível ataque destes animais  que costumavam sair atrás de qualquer pessoa que por aquele caminho passasse. As crianças corriam,  de olho nos gansos, com medo de possíveis bicadas.

 Com tanta rapidez e agilidade de criança saudável, os gansos  ficavam  para trás, o que garantia a tranquilidade e a chegada segura, até a Igreja da Ascenção para a esperada aula .

  Os gansos eram criados pela família Appel e viviam soltos pelos campos que pertenciam ao Colégio Cruzeiro do Sul. Estes lindos animais chamavam a atenção por sua beleza e plumagem muito branca, no entanto,  eram de pouca conversa .

Pelo caminho, havia muita  vegetação e flores do campo  que podiam ser colhidas e oferecidas em forma de bouquet. Margaridas amarelas  davam um toque de beleza ao lugar. Havia  muitas begônias, avencas, musgos e pés de cafés. Eram  arbustos por todos os lados que cresciam em ambiente fechado e úmido. Era uma pequena floresta encantada, com  ar e cheiro de mato, tão puro que entrava nos pulmões, provocando sensação  agradável. Em dias chuvosos, atravessar aquele pedaço de mata significava sujar  sapatos. Andar com cuidado era preciso, e caminhar sobre a grama tenra, parecia uma boa ideia. 

Nestes dias, a chuva que  regava o chão e a mata, perfumava o ambiente com   cheiro  de terra molhada e perfume de ervas e flores.

 Na Igreja, meninos e meninas  aguardavam a hora da reunião de domingo. Após a aula, todos retornavam  para suas casas, no bairro Teresópolis.

O retorno , pelo mesmo caminho, com segurança e tranquilidade, era convite para colher uma frutinha . Podia ser amora silvestre ou um fruto cítrico, daqueles de fazer careta ao mastigar. 

Acontece, que nesta "rua de passagem". havia  um pomar enorme, com  árvores frutíferas , onde  tangerinas nem sempre conseguiam chegar a amadurecer, devido ao ataque de meninos e meninas do bairro, que as comiam verdes e azedas. Esta era uma grande aventura! Hoje não existe mais o velho  pomar, nem os pés de café .

O Colégio também  deixou de existir. No local está sendo construído um condomínio .

Estes doces anos, as paisagens , o encantamento daqueles campos  floridos, estarão  enraizados em nossas lembranças afetivas para sempre , como símbolo de alegria, paz e tranquilidade de uma infância feliz.
O velho pé de bougainville ainda está lá no mesmo lugar e floresce todos os anos. Parece resistir às mudanças que  nós, crianças daquela época, insistimos perpetuar.

                                                  Regina Lemos


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